Apresentacão de uma pretensão de vida

Apresentação própria!! Clica e conhece-me!!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

[Poema] Estranhas expressões



Encontrei-me no outro dia, no comboio sentado, a olhar para uma mulher, uma mulher que não sequer achava ser bonita, no entanto apercebi-me que estava mesmo "colado" nela.
Pensei o que a tornou interessante nessa altura, apercebi-me que nada que ela fez me despertou, ela, uma mulher a viver a sua vida, incauta, no seu mundo, a olhar pela janela como que alienada de tudo.

E eu, eu que tentava encontrar expressões delas que me dissessem mais dela, sem vontade sequer de a conhecer mas, ao mesmo tempo, tentado conhece-la pelas suas expressões, criei dela uma vida, imaginei o que estaria a pensar, imaginei o que iria fazer, imaginei a vida dela, criei a vida dela em mim.

Agora penso, faço isso todos os dias com alguém, não sei se sou diferente dos outros mas a verdade é que desta forma não tenho como não ter expectativas das pessoas, antes de as conhecer já lhes sei a vida toda, uma vida criada em mim, uma vida errada, mas a vida que conheço delas.

Talvez eu tenha uma imaginação demasiado fértil, talvez eu tenha algum poder ou algo que o valha de conhecer as pessoas só pela interpretação (o que é muito pouco provável), ou talvez eu seja simplesmente um parvo a olhar para as pessoas tentando conhecê-las sem nexo algum.

Estranhas personalidades

Estranhas estas vidas
Por mim observadas
De pessoas desconhecidas
Para tal não preparadas,
Passado alguns momentos
Suas vidas estão imaginadas
Descobertos seus sentimentos
De formas em nada erradas,
Pessoas e espaços aleatórios
Fontes de inspiração sem final
Sem nada de inglório
No seu estado emocional.

Dedicado a alguém que disse um dia que eu era um excelente observador!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

[Poema] Conclusões de liberdade...



Numa sociedade de imposições, imposições que não somos obrigados a cumprir simplesmente por ser obrigados mas imposições que alguém diz que devemos cumprir, quando me dizem que sou livre, penso: Será que sou mesmo livre?

Ouvi dizer um dia por um moralista qualquer que liberdade não significa libertinagem, ainda não percebi muito bem até onde vai cada um dos termos, mas sei que a minha liberdade acaba quando começa a liberdade de outro, mas, se acaba como posso dizer que sou livre?
Não estou sozinho neste mundo!

Aprendi então que procurar liberdade total seria uma busca sem qualquer possibilidade de sucesso, decidi procurar a liberdade no meu coração, aí sim, se não amar ninguém a minha liberdade não tem qualquer possibilidade de atingir a liberdade de outros, logo não acaba, sou livre.

Sinto agora que alcancei, mesmo que por pouco tempo, essa única liberdade que penso ter possibilidade de alcançar.

Sou uma só liberdade

Sinto-me uma ave no ar,
Sinto-me solto mas feliz,
Sinto-me livre, a voar,
Sou a pessoa que diz
Que sozinho me sinto bem,
É esta a minha verdade,
Mesmo quando com alguém
Sou uma só liberdade.

Finalmente sou uma vida
E tenho essa vida em mim
Curei qualquer longa ferida
E agora sei que o sofrer tem fim
Pois tenho a liberdade comigo
Vivo um sorriso, nesta realidade
De neste presente meu amigo
Sentir e ser uma só liberdade.

Findou qualquer adversidade
E sobrevive agora o prazer
De ser esta minha verdade
A de, o que quero, poder fazer
Nesta vida, cada luta que travei
Foi para conseguir a posteridade
E tudo o que realmente esperei
Era ser esta fantástica liberdade.

Agora penso, será que, quando conhecer alguém que me conquiste, vou pensar no facto de ser livre? Será que vou querer ser livre? Penso que não, mas se assim é, se não quero a única liberdade que posso ter, porque será que persigo esse termo, esse termo que só se procura quando não se tem?

Penso agora que talvez essa liberdade seja só uma meta que se quer atingir, um objectivo, não um estado.

Outra conclusão nasceu em mim, se assim é, se a liberdade é só um objectivo que se quer alcançar mas não um estado permanente, então como posso dizer que sou livre?

Ninguém é livre

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

[Poema] Há sonhos que devem ser sonhados, sonhados e sonhados outra vez...



Sonha, sonha que tudo vai mudar, sonha que tudo vai ficar igual, sonha com o passado, sonha com o futuro, sonha só por sonhar, sonha porque só nos sonhos é que nada falha, sonha a sorrir, sonha a chorar, sonha acordad0/a, sonha a dormir, sonha só por sonhar.

Há sonhos que devem ser vividos mas há vidas que devem ser sonhadas.

Fruto de um Sonho…

Só a ti, era capaz de dar
Minha ínfima vontade e corpo inteiro
Só para sentir tuas mãos me tocar,
Num único toque verdadeiro,
Num simples toque de afecto,
Que de afecto se transformasse em amor,
Em meu consumo directo
Queria sentir teu fervor.

Só um Deus sem preconceito,
Para sintetizar minha vontade
Para um ser, como tu, tão perfeito
Em toda tua própria simplicidade,
Meu coração, a ti, queria se resumir
E eu, mero e simples intendente
Percebo que minha vontade é sumir
Para um paraíso que me complemente.

É tão bom sonhar que, no mundo
Existe um ser, como tu, tão fantástico
Neste sitio tão vazio onde me afundo
À procura de um sorriso que não explico
Um sorriso por teus lábios esboçado
Mas és um sonho que minha noite enfeita
E em meu dia, me deixa extasiado
Tu, uma criatura tão inexplicavelmente perfeita.


Agora sonha tal como eu sonho, que um dia a vida real te vai dar razões para sonhar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

[Poema] Uma inadmissivel perda...


Como qualquer perda de algo importante, esta perda foi inadmissivel.
Tal como qualquer perda de uma coisa que gostamos, esta perda despoletou em mim sentimentos de revolta e impotência.
Tal como qualquer perda de uma pessoa que amamos, esta perda despertou nos meus olhos formas inanimadas que reflectiam toda a minha tristeza nesse momento de dor.

Qualquer momento de dor ou saudade desperta, em qualquer mente, uma inspiração especial, uma inspiração inexplicável, uma simples inspiração.

Eu aprendi a gritar minhas inspirações, numa folha de papel, com vocábulos meus, não meus de propriedade, mas meus de imaginação, com versos com nexo, com nexo para mim, não fosse eu a escrevê-los.

Aqui segue o fruto desta dolorosa inspiração:

Vives em tua morte…

Olhaste-me fixamente lá do alto,
Tocaste-me com essas mãos cansadas,
Cansadas pelo ir do tempo incauto
Que te levou destas calçadas,
Esse teu cheiro ainda guardado em mim
Me trouxe esta lágrima de saudade,
Lágrima que me disse que não foi teu fim
Pois vives em toda minha liberdade.

Mas levaram-te assim de nós,
Destas pessoas que te amavam,
Será a morte de tal forma atroz?
Não sabe que até as lágrimas choravam
Esta eterna, indefinida e súbita partida?
Eram lutas e sentimentos esboçados,
Eram estas inanimadas amostras de vida
Momentos que serão sempre lembrados.

Apresentacão de uma pretensão de vida


Fui criado como todos nós de uma junção de dois corpos numa interacção que não precisa ser aqui abordada, apareci ao mundo, perante sorrisos de felicidade e olhares de espanto, como aliás é normal ao nascermos, no dia 22 de Março de 1991 num hospital, sim porque eu nasci num hospital, como se isso fosse digno sequer de ser referido, como se isso fosse estranho.

Fui denominado por uma decisão aleatória, bem ou mal pensada, mas perante mim aleatória, decidiram chamar-me Vítor, não gosto, não desgosto, é só um nome, um nome que não muda a pessoa que somos.

Fui acolhido por uma terra que não posso assumir como a minha terra pois, tal como minha, seria de mais uns escassos milhares de pessoas, uma terra que boa ou má é a terra que me acolheu, como em todas tem coisas boas e más, más que por muito más que sejam não justificam a critica a uma terra que se diz propriedade de um e de muitos ao mesmo tempo, essa terra foi denominada de Paredes de Coura, um nome tal como o meu também é apenas um nome, uma marca que não a define em nada.

A partir de então fui crescendo, aliás como todos crescemos, uns mais, outros menos, eu cresci o suficiente, nem mais nem menos que o suficiente, cresci até chegar aos cerca de 1,80 metros.

Tal como todas as pessoas, mesmo que algumas pensem que não, fiz coisas certas, coisas menos certas e coisas completamente erradas, não me arrependo, isso foi uma coisa que aprendi, o arrependimento não vale de nada depois de as coisas feitas e antes de as fazer não saberia se ia ter ou não motivos para me arrepender. Simplesmente para mim o arrependimento é uma palavra ambígua que de nada vale.

Sou um irresponsável perante a vida, mas um minimamente perfeccionista perante os meus actos, não me importo de dizer isto mas culpo-me de ser assim, a irresponsabilidade é um hábito que se ganha com a vida, culpo-me sim, não por mim mas pelos outros, não me admito falhar em algo que envolva outros por pura irresponsabilidade minha, a irresponsabilidade é minha e ninguém merece ser prejudicado por ela.

Isto no fim ficava mesmo bem falar de qualidades, mas digamos que qualidades não são o meu forte, se as tenho não as encontro, se não as encontro desisto de procurar.

Poderia também falar de talentos, aí sim, talvez tenha algo para falar pois acho que tenho um talento nato para uma coisa, pelo menos nisto sei que sou realmente bom, sou bom a arranjar motivos para justificar perante mim a falta de vontade para fazer as coisas, oh pá é a irresponsabilidade eu sei, mas que querem, ela persegue-me!

Pronto agora a sério, acho que tenho um talento sério, um talento que se sobrepõe a tudo o resto, um talento para ser amigo, ser um verdadeiro amigo, que pode ser mais talentoso do que ser amigo de outro numa altura em que tão difícil é encontrar amizades dignas desse nome?!

Vítor Cunha