Apresentacão de uma pretensão de vida

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sábado, 6 de novembro de 2010

[Pensamento] Nada...

Tentei escrever, estranha sensação que sentia, peguei numa caneta que não existia para escrever num papel que não possuía, pousado numa mesa que nunca tinha visto, desejava escrever a vida, num dicionário que não tinha procurei palavras que não conhecia mas, em branco, o dicionário nada me dizia, tentei falar com alguém que nunca nasceu e, esse alguém, não me respondeu.

Discuti com o meu ego algo que nunca havia discutido, discuti o nada, o nada que procurei, o nada que encontrei, o nada que via, exactamente o nada que escrevia.

Uma discussão de que o resultado foi o mesmo nada de tudo o que falava.

-Que se passaria comigo? Que sensação era aquela?

Passava-se que a minha inspiração era nada. A sensação que eu tinha de que tudo era nada e de que nada era alguma coisa deram fruto a uma inspiração que nunca existiu.

-Mas, que estou eu a escrever? O mesmo nada que escrevo sempre, com o mesmo nada de significado para ninguém de tudo o resto que escrevo, e escrevo pois para mim ainda tem significado.

-Mas então que sou eu se só para mim significa o nada que não significa nada para mais ninguém? Talvez um pedaço do nada que pigmenta todos meus ditos.

Estranhamente foi a melhor descrição de nada, sobre alguém que não é nada, que alguma vez vi.

3 comentários:

DVH disse...

O nada é belo. O nada é tudo. Não percas esta inspiração tão inspiradora. Adoro.
Da tua mana...

Sii Fernandes ' disse...

Está muito bom :D
Começa mas é a publica'los , sem ser na net claro ;D

Anónimo disse...

E mesmo sem nada,
Mesmo sem inspiração...

Saiu-te, como sempre, uma bela escrita ;)

Parabens :)

*vsf*