Um dia, que poderia ser qualquer outro dia, mas não, foi aquele dia, aquele único dia em que introspectivo, no meu subconsciente, me olhei num espelho, não me vi a mim, vi alguém que não a imagem que tenho de mim, alguém que eu não quero ser.
Ao lado de tal pessoa desconhecida vi um ponto, pensei ser apenas um ponto, um simples ponto, mas não, algo dentro de mim me disse que aquele ponto era um ponto final a tudo o que de mau eu sou, uma terminação da pessoa que via naquele "espelho", que era efectivamente eu, alguém repugnante.
Segundo essa voz que surgia dentro de mim, tudo o que eu teria de fazer seria alcançar o ponto, o tal ponto final.
Estupidamente tentei dar uns passos na direcção do tal ponto que via no "espelho" mas o ponto fugia, percebi então que não era a "andar" que alcançaria o ponto, teria de lutar por isso, teria de mudar, deixar de ser a pessoa que via no "espelho", teria de ser melhor, por um fim a tudo o que via de mal na minha imagem.
Foi então que o ponto, aquele tal simples ponto, se moveu até mim, e a mesma voz me disse que eu havia conseguido alcançar o ponto final, então eu, sem perceber nada do que se estava a passar, perguntei para que serviria então o ponto, a que me responderam que, o ponto deve ser algo que esteja no interior de mim, algo em que eu devo pensar todos os dias, sempre que falo com alguém, sempre que vejo alguém e, em todos esses momentos colocar um ponto final na pessoa asquerosa que vi no "espelho".
Hoje é o dia de escrever um ponto final talvez dar um parágrafo e começar outra linha...
2 comentários:
Mário de Sá Carneiro, mas em versão produtiva.
Este texto, publicado ironicamente á hora em que vim ao mundo, 23h23, diz-me muitissimo. Sinto-me repugnante para mim e para o mundo. E hoje é o dia de fazer uma vírgula para acabar a frase que vai começar um novo parágrafo. Adorei mano, como sempre adoro.
Da tua maninha :D
Enviar um comentário